segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fabio Rosso entrevista Ricardo Noblat

Os caminhos do Jornalismo Online

          O jornalista Ricardo Noblat inaugura a série de entrevistas que será produzida neste blog. A partir de hoje, eu, Fabio Rosso, estudante de comunicação, estarei produzindo entrevistas sobre os mais variados assuntos. O primeiro entrevistado é colunista do jornal O Globo e é  responsável pelo blog http://oglobo.globo.com/pais/noblat/. Busquei abordar nesta primeira entrevista o ambiente online e como ele ampliou os horizontes da comunicação. Confira as opiniões de Ricardo Noblat.


Fabio Rosso - Você, como jornalista, avalia que a plataforma que hoje é a internet está trazendo um amplo mercado de trabalho para os profissionais da área da comunicação que pretendem trabalhar com o Jornalismo Online?

Ricardo Noblat - Está trazendo, sim, embora ainda devagar. Em outros países mais desenvolvidos, como Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo, o mercado cresce rapidamente. Mas será inevitável que aqui ele também se amplie. E que a ampliação ganhe velocidade nos próximos anos. Basta ver o crescimento do número de internautas, do número daqueles que buscam notícias na internet, e da própria publicidade na internet. É um caminho sem retorno.

Fabio Rosso - No ciberespaço há a possibilidade de interagir com os internautas mutuamente. Acredita que este seja um dos pontos fortes que favorece o Jornalismo Online?

Noblat - É um dos pontos mais fortes. Mas acho que jornalistas, titulares de blogs, responsáveis por sites, ainda interagem pouco com os leitores. Isso decorre de uma cultura antiga e ainda muito assentada que levava os jornalistas a considerarem os leitores uns chatos. A internet acabou com o monopólio dos jornalistas na produção de informações. Todo mundo, hoje, pode produzir informações - e aqueles mais talentosos, informações de qualidade. Ou trabalhamos em parceria com os leitores ou nos daremos mal.

Fabio Rosso - O que a maioria das empresas de comunicação, que pretendem investir em Jornalismo Online, pretendem observar antes de lançar um site?

Noblat - Primeiro, dispor de uma equipe que saiba falar a linguagem da internet. A maioria dos sites reproduz a linguagem dos jornais. Segundo, montar equipes que misturem jovens e profissionais mais maduros. Terceiro, investir na produção de jornalismo de qualidade. É balela essa história de que jornalismo de qualidade está restrito aos meios tradicionais - jornais, revistas, tvs, rádio. Em vários sítios da internet já se oferece jornalismo de qualidade.

Fabio Rosso - Acredita que as redes sociais também são ferramentas importantes para as empresas de comunicação? Por quê?

Noblat - Claro que sim. Porque elas atraem cada vez mais pessoas. É um público que não pode ser desprezado por quem faz jornalismo. Em breve, meu blog estará no FaceBook, por exemplo.

 Fabio Rosso - Você lançou o livro “A arte de fazer um jornal diário”. Você crê que a “arte de fazer um jornal diário e online” segue muitos dos mesmos caminhos?

Noblat - A internet oferece ao jornalismo vários recursos para que ele informe melhor. Recursos, por exemplo, que os jornais jamais terão. No mais, os fundamentos do jornalismo online ou não são os mesmos. As regras universais do jornalismo têm que ser respeitadas em qualquer dos ambientes.

Fabio Rosso - Na sua opinião, é importante que um comunicador tenha um blog ou outro portal para que produza conteúdos próprios e independentes?

Noblat - Importante, sim. Indispensável, não. Vai depender de cada um. Do que cada um pretenda. Mas para qualquer jornalista antenado será muito difícil ficar de fora da internet sem amargar algum tipo de prejuízo.

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