quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jornada de Literatura aproxima surdos do cinema

Especialista em Educação para surdos aponta que o desafio são legendas em filmes nacionais
 
Há quem diga que uma imagem vale mais que mil palavras. Para surdos talvez esta frase faça ainda mais sentido, pois são as imagens que os conduzem ao encantamento do cinema. Essa perspectiva vem sendo trabalhada na 14ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo. Até quinta-feira, 25 de agosto, deficientes auditivos e interessados no assunto participam de uma oficina ministrada pela especialista em educação para surdos, professora da UFRGS Adriana da Silva Thoma, na sala 01 do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Passo Fundo (IFCH/UPF), prédio B4.

Durante a atividade os participantes assistem a filmes que demonstram como a sociedade retratou este público por meio dos audiovisuais. Além disso, eles debatem os caminhos que as produções ligadas à sétima arte têm percorrido para se integrar aos mais adequados recursos em termos de acessibilidade e inclusão.

Para Adriana os surdos muitas vezes foram vistos no cinema como pessoas de pouca comunicação. Segundo ela, a maioria dos audiovisuais que desenvolve esta temática carrega consigo a metáfora do silêncio. Uma forma até preconceituosa de tratá-los como pessoas que não se comunicam. “O cinema tem um potencial enorme para problematizar as situações sociais, ao mesmo passo que ele aponta diferentes formas de ver o mundo, ele educa, provoca reflexão e auxilia no processo de construção do conhecimento do sujeito”, destaca.

A especialista aponta que um dos desafios atuais no Brasil é a aplicação de legendas nas salas de cinema não só em obras estrangeiras, mas também em produções nacionais. “Pesquisas demonstram que os surdos preferem esse recurso, pois a utilização da janela com intérprete, em geral muito pequena, acaba dificultando a compreensão”, defende Adriana. De acordo com ela, as legendas servem ainda para ampliar o contato dos deficientes auditivos com a língua portuguesa.
 
Texto e foto: Fabio Rosso

domingo, 31 de julho de 2011

Resenha

Relações robóticas de um mundo não tão futuro
Fabio Freitas de Rosso¹
            Um relacionamento maquínico. Seres feitos de lata com características humanas. Tecnologia, mundo digital, ciberespaço, real, virtual, um constante processo de territorialização, desterritorialização e reterritorialização. Um mundo não tão futuro. Uma sociedade não tão fictícia. Esses e outros aspectos já previstos pelos seres humanos há muito tempo atrás, hoje já dão indícios a uma possível sociedade que integra intensamente inteligência humana e artificial. É esse também o contexto que norteia o livro Eu Robô,  uma coletânea de nove contos escritos por Isaac Asimov, em 1950. Traduzido em 2004 pela Ediouro Publicações a obra apresenta um universo de possibilidades desta sociedade que investe a cada dia em novas tecnologias, tendo como personagens principais estes seres denominados de robôs.
            Não é incomum encontrarmos hoje em dia crianças se comunicando via MSN, por exemplo. A informação territorializada, que logo após sofre o processo de desterritorialização e depois é reterritorializada, transformando o comportamento tanto no espaço físico, quanto no espaço virtual, em um ciclo constante, é exemplo de que as relações sociais já estão bem diferentes de como eram antigamente.
            A relação de Robbie, o robô do primeiro conto de Isaac, com a menina Glória, se assemelha a esse comportamento que os jovens adotam na rede. As crianças não sentem mais tanto a necessidade do contato físico uma com as outras. Esse hábito é substituído pelas relações virtuais, do contato com máquinas que produzem conteúdo e que suprem suas necessidades.
            Da mesma forma, se reconfigura a comunicação. As redes sociais, como o orkut, por exemplo, que cria comunidades específicas para que os usuários possam interagir mutuamente a partir de seus interesses comuns, construindo significados a partir disso, carregam consigo uma das características principais do jornalismo online, oriunda dessa comunicação digital realizada no ciberespaço, que é a interatividade.
            Ao mesmo passo, Robbie atendia as necessidades da Glória. Assim como prevê o sistema de consumo, que diz que os homens são dotados de necessidades e buscam por objetos fontes que o satisfaçam. Mas como nunca estão satisfeitos, o ciclo se repete, como um mito, ou se assim podemos dizer, como os robôs, que são programados para atender as necessidades dos humanos.
            Tal conceito está previsto na Segunda Lei da Robótica que diz que um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos exceto se tais ordens entrarem em conflito com a Primeira lei. “Eu posso vencê-lo todo dia. – Ela cantou estridente”, comemorava Glória. Será que se outra criança estivesse brincando com ela, agiria da mesma forma que o robô? Acredito que não, o que frustraria os anseios da menina de ser a vencedora em todas as bricadeiras.
            A mãe de Glória, porém, não considerava saudável esta relação, e tratava Robbie com ideias de descartabilidade, atribuindo a ele necessidades passageiras, oriundas do sistema de consumo, que consequentemente refletem nas relações. “Pode ir agora, Robbie. Ela não precisa mais de você”, afirmava a senhora.
            Os robôs também são parecidos com os humanos em termos de serem forjados em série, ou seja, são semelhantes assim como os homens que desenvolvem determinados hábitos pois precisam pertencer, serem aceitos nos grupos. Além disso, os robôs funcionam como a lei da cibercultura denominada Conectividade Generalizada que põe em contato direto homens e homens, homens e máquinas, mas também máquinas e máquinas que passam a trocar informações de forma autônoma e independente.
            Também podemos comparar os robôs, a objetos já existentes que  realizam funções vitais, como os óculos, begalas, entre outros, que suprem as necessidades humanas. Como defende Canevacci (2007), é uma espécie de coisificação do homem e humanização da coisa. São humanos utilizando da tecnologia para sobreviver e a tecnologia adquirindo características humanas para estarem adaptadas à sociedade.
            Com as vantagens desta relação, Glória não queria animal de estimação, não desejava amigos novos, não estava interessada em conhecer novos lugares. A menina só pensava em Robbie, que pode ser comparada com o ser maquínico da sociedade contemporânea que, conforme Batista (2011), é o sujeito forjado em série, marcado por uma ordem capitalística mundial, mas que ao mesmo tempo que segue tendências do mercado, carrega consigo processos de singularização. Robbie era único, atendia necessidades, substituia afetos, evitava problemas, superava expectativas.
            Sem dúvidas, vivemos em um mundo que caminha para uma nova tendência, marcada pelo consumo, pela tecnologia, pelo individualismo, pelo excesso de representeção. Mas aonde esta trajetória irá chegar, só o futuro responderá.    
_______
¹ Acadêmico de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (FAC/UPF). Estagiário da RBSTV Erechim. E-mail: farosso@terra.com.br. Resenha elaborada  na disciplina de Estudos Contemporâneos da Comunicação e da Cultura, ministrada pela professora Bibiana de Paula Friderichs.
REFERÊNCIAS
ASIMOV, Isaac. Eu, robô. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
BATISTA, Maria Cardinale. Emoção e subjetividade na paixão-pesquisa em comunicação. Desafios e perspectivas metodológicas. 2011.
MASSIMO, Canevacci. A metrópole comunicacional. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Artes e Comunicação. DVD. Palestra realizada durante o VIII Intercom Sul, 2007.

sábado, 2 de julho de 2011

Reportagem sobre Autismo


Eai pessoal, segue uma reportagem experimental que realizamos sobre projetos da Universidade de Passo Fundo (UPF) que trabalham com autismo. Confiram:





Abraço

Fabio Rosso
@fabio_rosso

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fabio Rosso entrevista a escritora Ana Mello

Para uma boa história, poucas palavras bastam....



 Fabio Rosso - Se eu pedisse agora para você escrever um miniconto sobre entrevistas. Sairia algo?

"Ele jurou não mostrar seu verdadeiro eu, mas foi inevitável".

A resposta vem de imediato e é fruto da mente da escritora Ana Mello. Na entrevista de hoje, a autora conta um pouco mais sobre o incrível mundo dos minicontos. Essas curiosas produções que provocam a imaginação e instigam a criatividade.

Fabio Rosso - O que são os minicontos?
Ana Mello -
Minicontos são contos pequenos, com até 200 caracteres, na minha definição. A inspiração vem da vida, do cotidiano, como em qualquer outro gênero. Notícias de jornal fornecem boas ideias, contos maiores também. Aliás essa é uma boa isca literária, ler contos maiores, de escritores bem legais para produzir minicontos. Pelo curto espaço que o miniconto oferece e pelo efeito que ele deve causar, crimes, suspense, violência, são temas fáceis para escrever.

Fabio Rosso - Qual o tamanho indicado para um miniconto?
Ana - Eu gosto de 200 caracteres, sem contar o título. Não esqueça que caractere é qualquer letra, símbolo ou espaço em branco.

Fabio Rosso - O que mais lhe encanta em escrever um miniconto?
Ana - A habilidade na síntese e a capacidade de criar subtextos, aquilo que não é dito e que o leitor deve descobrir.

Fabio Rosso - Acredita que redes sociais como o Twitter, por exemplo, podem contribuir com a produção de minicontos?
Ana - Sim, com certeza, e isso só incentiva a leitura e a produção textual.



Fabio Rosso - Onde os minicontos costumam ser publicados?
Ana - Em blogs, nas redes sociais e em revistas, assim como a Veredas que já ultrapassou 1000 textos publicados e a Revista Minguante que é de Portugal.

Fabio Rosso - Hoje em dia, muitas pessoas têm preguiça de ler e escrever. Considera que o miniconto, pela proposta, pode ser uma forma de incentivar o hábito da leitura e da escrita?
Ana - Pode sim, é uma isca. Todos precisam de uma isca, precisam degustar para se apaixonar. Quando a gente lê um texto que nos empolga ou um livro que dá aquele beliscão literário, é aí que tudo começa. É paixão e casamento.

Fabio Rosso - Há concursos de minicontos?
Ana - Sim, vários. No Twiter, nas feiras de livro... Já fui jurada em vários.

Fabio Rosso - Como os escritores profissionais têm aceitado os minicontos?
Ana - É dever de todo escritor incentivar a leitura e a produção textual. Se minicontos são divertidos e contagiantes, ótimo, que venham os minicontos.


sábado, 28 de maio de 2011

Fabio Rosso entrevista a audiodescritora Letícia Schwartz

Como os cegos "enxergam" no cinema

"A audiodescrição é tão antiga quanto a cegueira". Com essa frase a audiodescritora da Mil Palavras Acessibilidade Cultural, Letícia Schwartz, inicia explicando o que seria essa técnica que, aos poucos, está sendo incluída em  algumas obras audiovisuais produzidas pelo mundo inteiro. O recurso possibilita que cegos e demais públicos beneficiados assistam à filmes, entre outras produções culturais, de forma cada vez mais independente. Confira a entrevista.


Fotografia de Letícia Schwartz em um estúdio de gravação. Ela está em frente a um microfone de pedestal e usa fones de ouvido. Sorri para a câmera.






Fabio Rosso - O que é a audiodescrição?

Letícia Schwartz -
A audiodescrição é tão antiga quanto a cegueira. Pessoas com deficiência visual sempre dependeram de familiares e amigos que se dispusessem a realizar a descrição do ambiente onde a pessoa se encontra, das características físicas das pessoas em volta, das ilustrações de um livro, das cenas de um filme ou de uma peça de teatro. A audiodescrição é a profissionalização desse “contar o que se está vendo”. A descrição objetiva dos elementos visuais é o que vai permitir a inclusão de pessoas com deficiência visual na vida cultural. Além do acesso, esse recurso gera autonomia, uma vez que a pessoa deixa de depender de seus acompanhantes para participar de qualquer atividade cultural.

Fabio Rosso – Quem está habilitado a produzir audiodescrição e onde ela é produzida?

Letícia - A audiodescrição normalmente é desenvolvida por uma equipe que conta com um audiodescritor roteirista, que desenvolve o texto e determina os pontos de inserção das descrições (a audiodescrição não pode colidir com os diálogos de um filme, por exemplo); um audiodescritor narrador, que deve fazer a locução desse texto de maneira clara e discreta; um técnico de áudio, responsável pela gravação, pela edição e pela mixagem da audiodescrição com o áudio original do programa; e um revisor, que deve ser uma pessoa com deficiência visual que avalia a clareza das informações e a qualidade geral do trabalho. Hoje em dia existem diversos cursos preparatórios no Brasil. Nesse sentido, sugiro a quem estiver interessado que consulte o Blog da Audiodescrição , um canal constantemente atualizado que divulga tudo o que acontece no país em relação à audiodescrição.

Fabio Rosso - Quais os públicos que a audiodescrição pretende beneficiar?

Letícia - O público preferencial da audiodescrição é aquele constituído por pessoas com deficiência visual. No entanto, existem ainda outros grupos que podem se beneficiar desse recurso. É evidente, por exemplo, seu potencial como ferramenta de apoio a pessoas com dificuldade de aprendizagem ou alguma deficiência intelectual. Nesse caso, a audiodescrição contribui com o processo de percepção, compreensão e fixação das informações mais importantes. Espectadores videntes também podem tirar proveito da audiodescrição. A maioria das pessoas tem por hábito deixar a televisão ligada enquanto estão ocupadas com outras atividades, como cozinhar, costurar, comer, passar roupa, etc. A possibilidade de gravar programas audiodescritos para ouvir em trânsito é também uma possibilidade atraente para esse público.

Fabio Rosso – Onde a audiodescrição é aplicada?

Letícia - Não só no cinema. A audiodescrição pode ser aplicada à DVDs, programas de televisão, peças de teatro, fotografias, desfiles de moda, eventos esportivos, slides de power point, casamentos, histórias em quadrinhos. shows de música, espetáculos circenses, exposições, roteiros turísticos... Tudo o que pode ser visto pode ser descrito.


Fabio Rosso - Na sua opinião, qual a situação da inclusão social dos cegos no Rio Grande do Sul e como a audiodescrição vem contribuir nesse sentido?

Letícia -
Acredito que somos resultado de nossas experiências, que cada filme que assistimos, cada livro que lemos, cada música que ouvimos contam um pouco da nossa própria história. Pessoas com deficiência, seja ela qual for, não podem ser privadas dessas experiências. A audiodescrição possibilita a inclusão na sociedade através do acesso à cultura, à arte, ao lazer e ao entretenimento. A acessibilidade cultural chega em busca da igualdade de condições, da liberdade de escolha e do desenvolvimento pleno do ser humano. No entanto, a questão da inclusão social dos cegos não depende apenas da audiodescrição. É preciso que a cidade como um todo seja acessível, para que a pessoa com deficiência visual possa ir e vir com liberdade e autonomia. Piso podotátil, sinaleiras sonoras e, principalemente, uma mudança de atitude por parte da população são alguns dos fatores que poderiam fazer a diferença.

Fabio Rosso - Como as salas de cinema podem ser adaptadas para que recebam o recurso?

Letícia - Na verdade, não basta que a sala esteja equipada. Para que as pessoas com deficiência visual tenham acesso ao cinema, três fatores são decisivos: Em primeiro lugar, os filmes precisam ter a audiodescrição. Ou seja, diretores, produtores e distribuidores precisam encarar os recursos de acessibilidade (audiodescrição para cegos e legendagem em português para surdos) como parte do processo de produção de qualquer filme. Em segundo lugar, as cópias do filme (digitais) devem incluir o recurso em uma faixa de áudio adicional, que será transmitida diretamente para fones de ouvido. Em terceiro lugar entra a adaptação das salas de cinema. O equipamento necessário é idêntico àquele utilizado para transmissão de tradução simultanea: um rádio transmissor que fica na cabine, conectado ao equipamento de projeção; e receptores e fones de ouvido para os espectadores. Dessa forma, apenas os espectadores que solicitarem os fones ouvirão a audiodescrição, evitando qualquer interferência no som da sala. Ou seja, é preciso que todos os envolvidos no processo tenham consciência da importância desse recurso e de que existe uma fatia de mercado que pode ser contemplada.

Fabio Rosso - Fazer audiodescrição é algo que exige um alto investimento?

Letícia - Em relação ao orçamento de produção de um filme, o valor é irrisório (menos de 1%). No entanto, para exibições pontuais o valor é, sim, elevado. A situação ideal é que a audiodescrição seja incluída no planejamento orçamentário de cada projeto. Dessa forma, os filmes poderão ser lançados já com audiodescrição e o custo desse serviço não recairá sobre os exibidores.

Fabio Rosso - Como foi a experiência de fazer a audiodescrição para o filme Antes que o mundo acabe? É o primeiro audiovisual gaúcho a contar com o recurso?

Letícia - Descrever o "Antes que o mundo acabe" foi uma experiência fantástica. O filme conta a história da um adolescente que vê seu mundo virar do avesso quando começa a receber cartas do pai, que jamais conheceu. No entanto, a relação entre os dois não se estabelece através de palavras, e sim de fotografias. Nosso desafio foi traduzir essa linguagem intensamente visual em palavras. Como as conversas com a diretora Ana Luiza Azevedo começaram bem antes do lançamento do filme, tivemos tempo de realizar o trabalho sem pressa, o que possibilitou que o processo fosse tranquilo e consistente. Além disso, o contato pessoal com a Ana e o Giba Assis Brasil (co-roteirista e montador do filme) permitiu uma troca constante, ajustando a audiodescrição à linguagem particular da obra. Em anos anteriores, foram realizadas algumas experiências com curtas exibidos em mostras. "Antes que o mundo acabe" é o primeiro longa-metragem gaúcho em que a audiodescrição está disponível no DVD. Ou seja, qualquer pessoa pode comprar ou retirar o filme na locadora, selecionar a opção "português com ad" no menu de configurações e assitir a versão com audiodescrição.

Fabio Rosso - Qual o retorno que os deficientes visuais têm dado ao assistir audiovisuais com o recurso da audiodescrição?

Letícia - Não é verdade que o cego seja um recluso. Diversas pessoas com deficiência visual frequentam cinemas e teatros mesmo sem a audiodescrição. Não compreendem, porém, boa parte das cenas, ou dependem de pessoas que cochichem em seu ouvido as informações visuais mais relevantes. Para as pessoas com deficiência visual, a possibilidade de assistir um filme com audiodescrição abre uma nova porta de comunicação com o mundo. Isso é o que os espectadores com deficiência visual tem apontado como os maiores benefícios: a autonomia, a liberdade de escolha, a possibilidade de compartilhar momentos de lazer com os familiares e amigos e a verdadeira inclusão na vida cultural da nossa sociedade.


Assista ao trailer do filme "Antes que o mundo acabe" da diretora Ana Luiza Azevedo  com audiodescrição:


sábado, 21 de maio de 2011

Próximas entrevistas...

Pessoal, estou produzindo duas entrevistas ótimas, com pessoas incríveis e sobre assuntos muito interessantes. Se der tudo certo, posto em breve para vocês. Aguardem!

Fabio Rosso

Twitter: @fabio_rosso

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fabio Rosso entrevista Poliana Colorada

Da indiferença ao futebol à paixão colorada

         Quando pensamos em fanatismo, logo vem à cabeça o comportamento que muitos torcedores têm em relação aos times de futebol. Alguns definem como paixão, outros como cultura, há quem diga que é doença e uns pensam ser exagero. A questão é que quando o assunto é futebol, muitas pessoas transformam suas atitudes. O coração bate mais forte, as emoções se acentuam.

         Em Não-me-toque, município do Rio Grande do Sul, a estudante de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo (UPF), Poliana Patricia Glienke, de 20 anos, é exemplo desse fanatismo que envolve diversos torcedores pelo mundo inteiro.


Fabio Rosso - Quando iniciou o fanatismo pelo Internacional?

Poliana Patricia Glienke - Sempre fui torcedora do Internacional, porém minha paixão pelo esporte, em especial ao Inter, começou em 2005. Naquele ano o Inter decidia o Campeonato Gaúcho contra a equipe do 15 de Novembro. Meu pai, Romeu Glienke, sempre que podia acompanhava os jogos, mas justamente no dia da final coincidiu com a colheita da safra de soja e ele não pôde assistir. Foi ai que ele me pediu que eu fosse da uma olhada no placar final do jogo. Fiz mais. Acompanhei todo o jogo, “olho na TV e ouvido na Gaúcha” e ainda anotei todos os lances de suma importância da partida, para que pudesse contar a ele quando retornasse. Fiquei impressionada com a emoção sentida durante a partida. A partir daquela data, passei a acompanhar mais atentamente o mundo esportivo.

Fabio Rosso - O que te motiva a ser fanática pelo time?

Poliana - Talvez o simples fato de me sentir bem e feliz com isso. O reconhecimento do meu trabalho que desenvolvo pelo time.

Fabio Rosso - Qual o fato mais marcante para você em relação ao Internacional?

Poliana - Foram vários. A primeira vez no estádio, onde conheci um dos meus ídolos, Rafael Sóbis. O primeiro jogo ao vivo, Inter 1 x 0 Vasco, pelo Campeonato Brasileiro em 2010. A reportagem no Jornal Diário da Manhã de Carazinho. A nomeação como assessora de marketing do consulado do Inter de Não-Me-Toque. E claro, a escolha do curso de Jornalismo, onde a cada dia tenho mais certeza que estou no caminho certo.

Fabio Rosso - O que você já fez pelo Internacional?

Poliana - O simples fato de anotar todos os jogos, já demonstra o meu carinho por ele. Tenho blog (link com, twitter (@policolorada), facebook e e-mail relacionados ao time. Está em andamento também um projeto de criação de um site próprio onde nele estará exposto todo esse trabalho, para que internautas, amantes do esporte, possam conhecer o meu trabalho. Como se percebe, em tudo menciono a palavra colorada.



Fabio Rosso - Como sua família lida com esse seu fanatismo?

Poliana - De início eles consideravam uma loucura. “Para que perder tempo com isso?”. Essa era a pergunta feita várias vezes a mim. Confesso, parava para refletir. Mas em nenhum momento desisti. Quando percebi que isso poderia me trazer um resultado positivo, me motivei mais ainda.

Fabio Rosso - O fanatismo te levou a cursar Jornalismo para após trabalhar com esporte? O que você pretende profissionalmente?

Poliana - Sim. Foi um dos motivos que me levou a cursar Jornalismo. Porém eu já gostava de escrever, acompanhar noticiários, escutar rádio AM e sempre admirei muito o trabalho dos jornalistas. Profissionalmente, quero me especializar em Jornalismo Esportivo e quiçá trabalhar e um meio de comunicação como a Gaúcha ou Zero Hora.

Fabio Rosso - O que considera que você faz de mais fanático pelo Inter?

Poliana - Como diz certa comunidade na rede social do Orkut “Agora não posso tenho jogo do Inter”. Essa frase explica tudo. Gosto de ir à associação assistir aos jogos, sempre acompanhada de um caderno e uma caneta. Depois retornar, e continuar atenta, escutando as coletivas, e o que de mais importante aconteceu no mundo, não só no meio esportivo, mas social, político e econômico. Enfim, informação é tudo.

Fabio Rosso - Qual a história que você recorda que mais lhe marcou em relação a algum contato que você já teve com o time que demonstra o seu fanatismo?

Poliana - Ainda em 2005, tive a oportunidade juntamente com meus colegas da 8ª série do Ensino Fundamental, de visitar a capital e conhecer os estádios, tanto o Olímpico quanto o Beira-Rio. Um comportamento, até certo ponto irreconhecível. Essa definição eu uso hoje, para definir o que aconteceu naquele dia. Nervosa, eu tremia ao simples fato de avistar o estádio. Quando vi os jogadores treinando, me vi realizada. Para completar recebi a notícia que o Rafael Sóbis iria nos conceder uma sessão de autógrafos e algumas fotos. Esse dia ficará marcado para sempre na minha vida.


Fabio Rosso - Você acha saudável o fanatismo? Ele alguma vez já lhe prejudicou? Você já deixou de fazer algo que deveria pelo Internacional?

Poliana - Eu considero meu fanatismo sadio, porque me faz bem. É gostar de algo e defendê-lo sempre que mencionado. As críticas também não podem deixar de existir, pois em muitos casos ela é necessária. Eu me considero fanática, quando há um jogo decisivo e que o time necessita da vitória. Nesse momento o nervosismo aumenta. Fora isso, considero como um projeto de pesquisa, onde me levou a adquirir um vasto conhecimento na área. Tanto que criei um blog, onde posto meus textos. Quanto à pergunta se já deixei de fazer algo, para acompanhar o jogo do Inter. Deixei sim, mas consciente, pois sabia que iria fazer algo mais interessante.

Fabio Rosso - O que você sente quando assiste ao jogo do Inter ou fala sobre o time?


Poliana - Foram poucos os jogos que não acompanhei desde que comecei com esse trabalho. Nos deparamos com certas situações que às vezes nos impossibilitam de acompanhar os jogos, mas nada que passe despercebido. No dia seguinte busco ler, assistir os melhores momentos para que eu possa fazer a minha análise e meu comentário. Sentimentos como orgulho, felicidade, satisfação. O simples fato de gostar o que está fazendo.

domingo, 15 de maio de 2011

Lei Maria da Penha

Hoje compartilho com vocês uma reportagem que fiz durante o curso de Jornalismo. A temática é a violência contra as mulheres.

Fabio Rosso
@fabio_rosso

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Fabio Rosso entrevista psiquiatras

 O perfil do assassino que comete uma chacina

Fabio Rosso
            A chacina na praça da igreja da Candelária que matou oito jovens no Rio de Janeiro em 1993, a dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho mortos em 2004 enquanto trabalham em Minas Gerais e a recente tragédia de Realengo, em que um jovem matou estudantes inocentes em uma escola do Rio de Janeiro são exemplos de quão violento e inconsequente um ser humano pode ser.
            Para entender a mente destes assassinos e as situações sociais que estas pessoas geralmente se encontram,  entrevistei psiquiatras para compreender um pouco mais sobre o comportamento destas pessoas. 
Fabio Rosso - O que pode levar uma pessoa a cometer uma chacina?
Cláudio Joaquim Paiva Wagner (médico psiquiatra) : Provavelmente, ou na maioria dos casos, essas pessoas são portadoras de uma Psicose. Psicose é a perda da noção da realidade onde o pensamento do indivíduo e o seu comportamento é influenciado por delíros (que são falsas crenças) e alucinações visuais ou auditivas (que são alterações das percepções onde as pessoas podem ser comandadas por vozes que só elas escutam ou por visões). Em outros casos são pessoas vítimas de bullying que passam a se vingar dos indivíduos que os fizeram passar por humilhações.
Albino Júlio Sciesleski (médico psiquiatra): Crise aguda de distúrbio mental.
Heliara Cachoeira (médica psiquiatra): Chamamos de  periculosidade de uma pessoa  o conjunto ou circunstâncias que indicam a possibilidade dela praticar um crime, ou seja, indica probabilidades e não certeza absoluta. Estudando a curva vital da pessoa, seu ajuste às circunstâncias e fatos da vida, são indicadores de periculosidade a falta de aplicação escolar, interrupção de aprendizado, inconstância no trabalho, integração com grupos sem atividades construtivas, existencia de criminalidade precoce, número elevado de incidentes jurídicos e policiais, distúrbios precoces de conduta e início precoce de doença mental. O que leva a cometer o ato é então, fatores genéticos, experiências traumáticas precoces e geralmente um desencadeante atual.
Fabio Rosso - Uma pessoa sem histórico de problemas psicológicos/psiquiátricos pode cometer uma chacina? Em que situações?
Wagner: É muito pouco provável, porque estes sintomas têm um início insidioso e que vai se agravando com o passar do tempo.
Sciesleski: Sim, pode.
Cachoeira: Uma pessoa que pratica um crime, já tem uma história de vida que contribui para  chegar a este desfecho. Mas não necessariamente, ela tenha sido diagnosticada como doente.
ComArte - Como identificar um psicopata que comete este tipo de crime em massa?
Wagner: Geralmente eles demonstram alguns sinais significativos como alterações de comportamento que não eram vistas anteriormente, esquisitices, isolacionismo, verbalizações agressivas e conduta agressiva.
Sciesleski: Está com os pensamentos perturbadores contidos na mente, devido a auto crítica ainda presentes. No entanto qualquer caráter reativo (morte,financeiro) pode desencadear a crise .

Cachoeira:     A pessoa que tem um perfil extremamente agressivo, pode se esconder atrás de um isolamento afetivo e social, ou pode também ser sedutor, trapaceiro, com ausência de sentimentos de culpa e usando o outro para benefício próprio; Apresenta  baixa tolerância à frustração e quando isso ocorre, rompe a agressividade que estava contida. Mas como na vida não há um determinante específico, este perfil dá indícios de que a pessoa tem uma mente perturbada, não necessariamente que ela cometerá crimes. Aliás, chacinas são  os menos frequentes dos assassinatos.

 
Fabio Rosso -  Há alguma forma de familiares e/ou amigos preverem que determinada pessoa irá cometer uma chacina?
Wagner: Se os familiares e os professores notarem alterações de comportamento caracterizadas por um aumento do comportamento agressivo tanto verbal quanto físico é um indicativo de risco.
Sciesleski: É difícil, mas o distúrbio de comportamento na família e no trabalho social, se observados pelos mesmos, há possibilidade para algum tipo de esclarecimento à ajuda.
Cachoeira: Frente a dados da história pregressa, do estudo de fatores genéticos e familiares, podemos predizer a probabilidade da pessoa ser agressiva, mais capaz de causar dano a outros, mas não tem como afirmar com certeza pois são muitos os mecanismos que a pessoa usa para frear seus impulsos ou não.
Fabio Rosso -  Quais aspectos podem levar o assassino a determinar/escolher as vítimas?
Wagner: Isso é muito variável, vai depender da história de vida de cada um, da presença de psicose ou de bullying.
Sciesleski: É muito difícil especificar, mas o comportamento da pessoa , sendo inadequado, deve ser observado.
Cachoeira: Sabe-se que traumas repetidos na infância contribuem para alterar a forma de ver a sociedade e também provocam mudança de comprotamento em crianças e adolescentes, por exemplo o bullying, tão falado hoje em dia, torna as crianças  mais retraídas, ansiosas e socialmente isoladas, entre outros sintomas, pois se sentem excluídas, não amadas e rechaçadas. Pessoas vítimas de abuso na infância apresentam geralmente um mundo mental esvaziado de representações e constantemente se tornam dominadas por afetos de conteúdo negativos. São pessoas desconfiadas quanto às motivações daqueles que os cercam, o que reforça  as estratégias  do seu pensamento que distorce o desenvolvimento normal da função de refletir sobre a vida. O que move  o assassino a escolher determinadas  vítimas são os motivos inconscientes acrescidos da ocasião.
Fabio Rosso -  Quais doenças podem deixar a pessoa com tendências para cometer um crime como este (chacina)?
Wagner: Os crimes estão mais ligados a patologias de personalidade como no Transtorno de Personalidade Anti-Social, mas a presença de psicose é considerado um fator de risco em alguns casos, mas consiste em uma exceção e não a regra.
Sciesleski: Distúrbio mental deve ser bem observado e avaliado. A cabeça é tudo. Então têm distúrbios afetivos, esquizofrenias , epilepsias...
Cachoeira: Estudos mais aprofundados mostram que qualquer  abuso crônico modifica a química cerebral, principalmente em regiões fundamentais para o processamento das emoções. São, as crianças, os chamados "maus meninos", os  que provocam, ameaçam ou intimidam os outros. Frequentemente iniciam lutas corporais, usaram arma capaz de causar sério dano físico aos outros, foram cruéis fisicamente com pessoas e animais, roubaram com confronto com a vítima etc,
Também indica o grau de periculosidade de alguém a forma como o crime foi praticado, por exemplo, com agravantes legais, crimes brutais, sem motivos psicológicos claros, crimes com multiplos golpes, com frieza de sentimentos , crimes praticados contra pessoas indefesas. A doença mental por si só nao é indicativo de periculosidade, inclusive são raros doentes mentais que em surto provocariam um massacre como o do Rio de Janeiro, dados que se observa de periculosidade em pessoas doentes, é o humor explosivo, falta de crítica sobre seus atos, agitação psicomotora, surtos psicóticos graves, alucinações, delírios, falta de remorso.
Fabio Rosso - Qual sua opinião sobre este tipo de comportamento/crime?

Wagner: Ele é considerado um problema grave de saúde pública. Infelizmente a saúde mental tem sido pouco considerada nos sistemas públicos de saúde. Os investimento são muito menores que em outros setores e o que acontece pode ser uma consequência desta falta de valorização, pois nós temos poucos profissionais de saúde mental nos serviços públicos. Por exemplo, Passo Fundo não dispoõe de um CAPS I, ou seja, um Centro de Atenção Psicossocial destinado ao atendimento de crianças e adolescentes com problemas mentais. 
Sciesleski: Acidente de causa desconhecida deve ser sempre avaliado desde o problema social, psicológico e psiquiátrico, pois mentes sãs dificilmente levam à chacina.
Cachoeira: Acredito que só cuidando de nossas crianças é que o mal pode ser minimizado.  O  sentido que  os adultos atribuem aos gestos da criança, mesmo  um gesto banal como tocar o outro, dependerá a forma como o bebê se sentirá como autor do toque. Ora terno, ora violento, ora vazio, tudo decidido, inicialmente, pelo olhar desse outro com quem interage, geralmente sua mãe e seu pai. O olhar do pai e da mãe é  o espelho do bebê. Ele se vê neles. Uns pais que fortalecem os laços de amor, mostrará a seu filho a capacidade de amar. Reforço em laços de ódio, fortalecerá o ódio. Depois, os tropeços da vida serão mesclados com este primeiro olhar. Com isso cresce a importância da qualidade de nossos encontros. Os bons e os maus.  Um alento quanto ao futuro: Se a criança sentiu-se gostada e gratificada, poderá fazer mais coisas amorosas  do que tirar o tapete dos outros ou fazer o mal. Do contrário, mal amada, mal olhada, mal querida, frustrada mais do que o suportável (ou o saudável), fará o mal, que é também fruto da impossibilidade de se colocar no lugar do outro, aquilo que hoje nomeamos de empatia, capacidade essencial para uma boa relação humana.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Próxima entrevista é sobre chacinas!

Pessoal,

A próxima entrevista irá abordar a temática "chacinas brasileiras". Produzi esta entrevista para a Revista  ComArte  do curso de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (FAC/UPF). Ela é online e pode ser acessada pelo site http://www.upf.br/comarte/. Trata-se de uma entrevista com psiquiatras a respeito do perfil dos assassinos que cometem estes crimes (chacinas), à exemplo da recente que ocorreu em uma escola do Rio de Janeiro.

Confira a entrevista a partir deste sábado, 14 de maio.

Sugestões de pauta, indicações de  entrevistados, dúvidas, sugestões ou críticas pelo e-mail: farosso@terra.com.br ou pelo twitter @fabio_rosso

Abraço

Fabio Rosso

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fabio Rosso entrevista Ricardo Noblat

Os caminhos do Jornalismo Online

          O jornalista Ricardo Noblat inaugura a série de entrevistas que será produzida neste blog. A partir de hoje, eu, Fabio Rosso, estudante de comunicação, estarei produzindo entrevistas sobre os mais variados assuntos. O primeiro entrevistado é colunista do jornal O Globo e é  responsável pelo blog http://oglobo.globo.com/pais/noblat/. Busquei abordar nesta primeira entrevista o ambiente online e como ele ampliou os horizontes da comunicação. Confira as opiniões de Ricardo Noblat.


Fabio Rosso - Você, como jornalista, avalia que a plataforma que hoje é a internet está trazendo um amplo mercado de trabalho para os profissionais da área da comunicação que pretendem trabalhar com o Jornalismo Online?

Ricardo Noblat - Está trazendo, sim, embora ainda devagar. Em outros países mais desenvolvidos, como Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo, o mercado cresce rapidamente. Mas será inevitável que aqui ele também se amplie. E que a ampliação ganhe velocidade nos próximos anos. Basta ver o crescimento do número de internautas, do número daqueles que buscam notícias na internet, e da própria publicidade na internet. É um caminho sem retorno.

Fabio Rosso - No ciberespaço há a possibilidade de interagir com os internautas mutuamente. Acredita que este seja um dos pontos fortes que favorece o Jornalismo Online?

Noblat - É um dos pontos mais fortes. Mas acho que jornalistas, titulares de blogs, responsáveis por sites, ainda interagem pouco com os leitores. Isso decorre de uma cultura antiga e ainda muito assentada que levava os jornalistas a considerarem os leitores uns chatos. A internet acabou com o monopólio dos jornalistas na produção de informações. Todo mundo, hoje, pode produzir informações - e aqueles mais talentosos, informações de qualidade. Ou trabalhamos em parceria com os leitores ou nos daremos mal.

Fabio Rosso - O que a maioria das empresas de comunicação, que pretendem investir em Jornalismo Online, pretendem observar antes de lançar um site?

Noblat - Primeiro, dispor de uma equipe que saiba falar a linguagem da internet. A maioria dos sites reproduz a linguagem dos jornais. Segundo, montar equipes que misturem jovens e profissionais mais maduros. Terceiro, investir na produção de jornalismo de qualidade. É balela essa história de que jornalismo de qualidade está restrito aos meios tradicionais - jornais, revistas, tvs, rádio. Em vários sítios da internet já se oferece jornalismo de qualidade.

Fabio Rosso - Acredita que as redes sociais também são ferramentas importantes para as empresas de comunicação? Por quê?

Noblat - Claro que sim. Porque elas atraem cada vez mais pessoas. É um público que não pode ser desprezado por quem faz jornalismo. Em breve, meu blog estará no FaceBook, por exemplo.

 Fabio Rosso - Você lançou o livro “A arte de fazer um jornal diário”. Você crê que a “arte de fazer um jornal diário e online” segue muitos dos mesmos caminhos?

Noblat - A internet oferece ao jornalismo vários recursos para que ele informe melhor. Recursos, por exemplo, que os jornais jamais terão. No mais, os fundamentos do jornalismo online ou não são os mesmos. As regras universais do jornalismo têm que ser respeitadas em qualquer dos ambientes.

Fabio Rosso - Na sua opinião, é importante que um comunicador tenha um blog ou outro portal para que produza conteúdos próprios e independentes?

Noblat - Importante, sim. Indispensável, não. Vai depender de cada um. Do que cada um pretenda. Mas para qualquer jornalista antenado será muito difícil ficar de fora da internet sem amargar algum tipo de prejuízo.

domingo, 8 de maio de 2011

Fabio Rosso Entrevistas

Eai caros internautas!

Estou criando este blog com o objetivo de praticar Jornalismo Online, por meio de entrevistas. O objetivo é interagir mutuamente na internet com vocês, a partir das entrevistas que estarei produzindo e publicando neste espaço virtual e dos comentários que vocês deixarem.

Abraço

Fabio Rosso
Twitter: @fabio_rosso